sábado, 30 de dezembro de 2017

PELAS FRESTAS FEIAS DAS FESTAS DE FIM DE ANO

Vou na contramão do amor fácil, hipócrita e mentiroso, que vem à tona nos dias natalinos. Todo mundo, neste período, é fraterno, caridoso, solidário e venturoso. Mas mal começado o ano novo, a maioria volta a ser o que foi o ano inteiro: egoísta, individualista, preconceituoso, segregacionista, ressentido e maldoso.

Porém saúdo àqueles que são sinceros e amam de verdade seus semelhantes e que lutam por um mundo novo melhor, onde todos sejam iguais, onde não existam povos diversos com seus muros. Estou com aqueles que sonham com apenas um povo habitando este planeta, Todos os seres sem maldades ou mutretas. Esse tempo virá, virá que eu vi. Eu sou Astrônomo.

                                                                            Zé Bastos

Ora iêiê ô, Oxum!

Ao tentar evitar conflitos e manter a individualidade, vocês podem fazer mergulhar em um precipício um sentimento raro.

Doralice - Personagem do romance Túria, de autoria de Lucimeri Plaza

RESPEITE AS DIFERENÇAS, BABACA!

Lá fora a mídia inteira denuncia, aqui dentro a nossa mídia criminosa silencia

Editorial do Le Monde Diplomatique sobre o desmonte acelerado da nação brasileira pelos Senhores do Mundo

Do Le Monde Diplomartique Brasil:


A população assiste estarrecida ao desmonte do Estado, ao colapso das políticas públicas, à privatização deslavada do patrimônio de todos, à degradação dos salários e dos direitos trabalhistas, ao corte das políticas de assistência aos mais pobres.


Agora a grande imprensa, a TV e os partidos no governo tratam as movimentações de Temer comprando com o dinheiro público o voto de deputados para evitar sua cassação e prisão como algo normal, que faz parte da política. As emendas parlamentares, a nomeação de prepostos, a anistia de dívidas de empresas, o favorecimento do agronegócio, vale tudo para garantir a permanência no poder. Essas operações custam bilhões aos cofres públicos, dinheiro seu, meu, de todos os contribuintes. Não se fala mais que o uso do dinheiro público pelo presidente da República para salvar a própria pele é crime. Está longe o tempo em que as “pedaladas fiscais” davam motivo para a cassação da Presidência da República.


A cada dia aumenta mais nossa surpresa diante da ousadia e desfaçatez com que se faz corrupção à luz do dia. As malas de dinheiro filmadas pela polícia não são provas para levar nem Temer nem o senador Aécio Neves para a cadeia. Mas a questão da corrupção, ainda que importante de ser combatida, é apenas a fachada; é preciso ir além na compreensão do que se passa. O desastre é maior.


A população assiste estarrecida ao desmonte do Estado, ao colapso das políticas públicas, à privatização deslavada do patrimônio de todos, à degradação dos salários e dos direitos trabalhistas, ao corte das políticas de assistência aos mais pobres. O contingenciamento dos gastos pelo governo, assim como o teto estabelecido para o gasto público, impõe um rastro de destruição: hospitais e postos de saúde tendo de fechar as portas ou reduzir seu atendimento por falta de condições operacionais; universidades e escolas públicas sem recursos; pesquisa científica paralisada; professores sem receber regularmente seus salários; 

funcionários da saúde com o salário em atraso; obras públicas paradas…

A sanha privatista quer reduzir de tal forma a capacidade de o Estado intervir na economia (e eventualmente regular as atividades dos grandes conglomerados) que se propõe a acabar com as empresas estatais, privatizar bancos públicos, rodovias, portos, aeroportos, ferrovias, apequenar o BNDES, encolher as políticas públicas para dar lugar à iniciativa privada nas áreas principalmente de saúde, educação e previdência.


A crise financeira de 2008 permitiu uma ainda maior concentração bancária. De 2008 até agora, os quatro maiores bancos brasileiros – Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco –, que detinham metade do mercado, passaram a deter três quartos.1


Os poderes que estão impulsionando essa destruição do que é público e transformando tudo em mercadoria são os fundos de investimentos e os grandes bancos privados. Se antes já determinavam o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central, sequestravam da política a gestão da macroeconomia e submetiam todo o país aos seus interesses particulares de maximizar os lucros, hoje impõem um novo padrão de espoliação, sem nenhuma consideração por suas consequências. O contrapeso da democracia como limite para a voracidade do lucro não existe mais, o Congresso foi comprado por eles. 


Como se estivessem numa ilha isolada e não fizessem parte deste Brasil, os grandes bancos anunciam os lucros de 2017. O Sistema Financeiro Nacional teve um lucro líquido de R$ 44 bilhões no primeiro semestre de 2017. Esse lucro foi de R$ 45 bilhões em 2016 e R$ 50 bilhões em 2015, nos mesmos períodos.2 Em plena crise econômica, eles não são afetados; ao contrário, crescem na crise. Ao lado dessa lucratividade, e por causa dela, aprofunda-se a pobreza para as grandes maiorias.


As consequências são notórias e nos amedrontam. Basta ver a situação do Rio de Janeiro, a violência que se generaliza pelo país, a crise das instituições públicas, as violações de direitos, a crise da democracia. Essa política dá num beco sem saída onde as grandes maiorias são espoliadas de seus direitos, os salários são reduzidos, as políticas sociais são cortadas e/ou precarizadas, e a tensão social e a violência aumentam.


As “políticas de austeridade”, como é chamado esse novo padrão de espoliação da sociedade, estão sendo impostas globalmente e, no caso da Grécia, implicaram um retrocesso de trinta anos na qualidade de vida da população. Em nosso caso, o desastre está se materializando agora; não sabemos os limites dessa espoliação.


É interessante observar, porém, que mesmo no mundo das organizações multilaterais começam a surgir alertas de que esse caminho leva a um beco sem saída, ao empobrecimento das maiorias, à barbárie na sociedade, à instabilidade política e a regimes cada vez mais autoritários.



O relatório deste ano publicado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) denuncia como responsáveis pela crise atual as políticas de ajuste, assim como a doutrina ultraneoliberal, e aponta a saída com políticas contrárias às atuais: um novo New Deal global, em que o Estado e o investimento público tenham papel central na recuperação da economia, dos salários e do consumo.


A questão que desafia a todos é como os governos nacionais e os órgãos multilaterais terão capacidade para controlar esses poderosíssimos grupos financeiros que se tornaram senhores do mundo. A Unctad novamente nos alerta de que não há possibilidade de um país, isoladamente, tentar controlar esses poderes de fato. Terá de ser uma ação internacional, com o apoio de Estados nacionais. E o caminho é a radicalização da democracia, coisa que começa no plano da sociedade, em cada país, com a mobilização cidadã.



                            Silvio Caccia Bava é diretor do Le Monde Diplomatique Brasil



Le Monde diplomatique é um jornal francês de periodicidade mensal, fundado em maio de 1954 por François Honti, um diplomata de origem húngara, e Hubert Beuve-Méry, que havia fundado o Le Monde em 1944. Inicialmente, o Diplô, como é conhecido popularmente na França, era um suplemento do Le Monde, destinado aos círculos diplomáticos e às grandes organizações internacionais. Foi ganhando autonomia progressivamente, até se tornar uma subsidiária do grupo Le Monde.


FILHOS DA TERRA

Há que se fazer alguma coisa por eles:
Cavar um poço artesiano,
Uma roça de couve ou de feijão.
Que se cultive mandioca,
Mandioca é tão fácil  cultivar 
E dá à toa à toa.

Há que se parar
Um pouco de brincar
Um pouco de correr
Que a coisa é séria
E é justamente
O contrário do que te contaram.

Como usar dois pares de sapatos ao mesmo tempo?

Fazer alguma coisa.
FAZER ALGUMA COISA
Sim,
Cantar uma canção!
-Já é alguma coisa!

Mas... cantar ao lado deles
Na mesma roda à volta do fogo
Tomando o mesmo café feito na hora,
Café quente, café forte, café bom.
Todos juntos, respirando feliz o mesmo ar,
Comendo o mesmo pão.

Há que Sentir o Saber-se irmão.

Devemos pensar um pouco
Em fazer com que pensem mais.
Vamos tentar.
Um pouco de boa vontade,
Dado o primeiro passo
Depois fica mais fácil.
E bom.
 E faz bem pro teu coração.

Vai, espalha ao vento
As cinzas do teu calendário;
E que não conste RELÓGIO do teu obituário.
Eis que antes de ti (embora não te absolva)
A hora era já chegada.

FORTALEZA: Amor!
É fonte inesgotável!
Beba dela fartamente,
Pois ainda restam as cidades; 
Tão grandes tão tristes
Tão necessitadas.

Começa logo, começa agora,
Começa!
A vida apenas finge que demora.

                             Zé Bastos
                             (Início da década de 1990)

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O Ovo do Ornitorrinco

Sinto que existem, em terras brasilis, algo mais do que as carreiras de neves de Aécio. Alguma coisa brotando do lodo fétido do chão. Sei lá, talvez o começo da geração de um monstro com muito mau hálito e garras de gavião. Se a gente observa a linha do tempo do que anda ocorrendo nos últimos tempos, se depara com coisas estranhas: A indignação de pessoas com uma criança observando curiosamente o corpo nu de um um homem estendido no chão, o homem está fazendo uma performance na frente de uma multidão. É arte. Mas as pessoas esquisitas protestam e não conseguem esconder o ódio de ver o homem expondo o corpo nu sendo olhado por uma criança. Como se o corpo de um ser humano, homem ou mulher, em sua nudez, não fizessem parte da nossa natureza, mas nascemos todos assim. 


Os empresários hipócritas e fascistas se rendem a esses protestos. E vedam a instalação. Os falsos moralistas se regojizam. Enquanto isso, no congresso, centenas de deputados canalhas retiram direitos dos trabalhadores, saqueiam os cofres públicos, vendem a preço de banana nanica  o patrimônio da nação. Os canarinhos, caluda. Isso não lhes mexem os brios, aceitam silenciosamente. Uma justiça, cada vez mais envilecida e concupiscente, vomitando desejos reprimidos, acasala-se, lascivamente, com os demais criminosos do golpe, ou seja, com os empresários e os parlamentares, federais, tão abjetos quanto os integrantes do tal poder judiciário.  Retiram-se direitos e conquistas, às vezes, centenárias, em prol dos interesses pessoais argentários de momento, das nulidades que pululam nas Casas do Povo. E os burguesinhos, os coxinhas e os beócios, babando atônitos, aplaudem aquilo que nem compreendem direito. Porque o negócio é impedir a ascensão social dos que não tem nada; ainda que pra isso eles se fodam com todo o seu verde e amarelo; acham que vão salvar os fundos das calças e das saias evangélicas, aquelas coisas horrorosas que cobrem os corpos das mulheres fundamentalistas, corpos maravilhosos com suas curvas, que a natureza e o deus, em que creem, lhes deram. 


A fome, o trabalho escravo, o esbulho das terras indígenas, tudo isso passa em branco, alcovitadas por um cinismo escroto e desprezível. Os atos de violência contra aqueles que lutam nas ruas por um país melhor, mais fraterno, mais solidário; contra os que adotam ideologias voltadas para o bem geral, contra os que, simplesmente, usam vermelho; contra os que pugnam pela liberdade de escolha sexual; contra as mulheres que querem, apenas, a igualdade de direitos que hoje transita somente entre as mãos dos homens; e esses merdas da direita engrossam o cordão do atraso ou, pior ainda, se omitem na máxima imbecil do "não tenho nada a ver com isso". 

Ainda tem os que usam os nomes dos deuses em que creem em vão. Mas já estou de saco cheio deste papo, falarei desses pulhas numa próxima postagem.

Vamos conjecturar sobre isso, meditar, refletir?

Que merda é essa que está acontecendo com o nosso país?


Zé Bastos

Ora iêiê ô, Oxum!

"O pior mal é aquele ao qual nos acostumamos".

                                                                                     Jean-Paul Sartre

SINAL TRISTE PARA SER TODO LIDO

Hoje, pela primeira vez, um sinal triste de alerta acendeu em minha vida. Não foi um sinal de um problema de saúde e nem foi o sinal de algo ruim com as pessoas que eu amo. Foi um sinal de decepção e talvez, asco, com as pessoas e instituições do meu país.

Desde pequeno, sempre tive uma noção muito clara de como as relações humanas são viciadas de falsidade, inveja e preconceito. Tinha uma sensibilidade muito grande em reconhecer o lado bom e ruim de cada um e em perceber injustiças, mas sempre acreditei no poder dos bons sentimentos e da evolução consciente. Principalmente, a de que a sapiência não vem apenas do "conhecer as coisas", e sim do conhecer-te a ti mesmo. O sábio, para mim, sempre foi sinônimo de humildade, respeito e da noção de que a verdade absoluta não nos pertence.

Mas hoje, me senti sinceramente frágil. Tive uma triste sensação de raiva e desalento com o clima negativo que vivemos em nosso país. Por isso, parei um pouco para refletir...

Todo mundo que me conhece sabe que sempre defendi a ética e a imparcialidade na análise de fatos e principalmente de pessoas. Sempre fiz opção por defender os acertos do que apontar os erros, principalmente porque sempre tive a noção que julgar o próximo é uma das tarefas mais difíceis do ser humano, o que deve sempre ser evitado. Por isso, nunca gostei de perseguições, preconceitos e generalizações. Frequentemente, exponho, nas redes sociais, minhas posições de defender o ex presidente Lula, a presidenta Dilma e os méritos de seus governos, mas sempre fui aberto ao debate. Minhas críticas não buscam a sordidez de desmerecer as pessoas, mas de questionar a imparcialidade e perseguição da Imprensa e também a hipocrisia e a argumentação pobre do debate político no Brasil. O que mais me impressiona é como a maioria das pessoas ,que geralmente propagam o ódio, se deixam conduzir (ou manipular) pela virulência e parcialidade das notícias que são bombardeadas na Imprensa e nas redes sociais.


Esse ano, mesmo com uma série de provas vivas de malas de dinheiro do PMDB e do PSDB, com uma escancarada comprovação da manipulação de delações pelo Sr. Moro(caso Tacla Duran), MP e o procurador Janot, e uma série de suspeitas levantadas contra o Sr. Gilmar Mendes, o Senador Aécio, Serra, Alckmin, Temer, Jucá, Geddel, Loures, Padilha,procuradores e outros, com a maioria das suspeitas comprovadas com provas materiais (gravações, vídeos, contas nominais), o foco NOVAMENTE se voltou contra LULA.

O Revoltante é que as denúncias voltam a ser requentadas sem que nenhuma prova material seja apresentada, uma vez que as delações não trazem nenhum dado concreto de contas em nome de Lula ou Dilma, gravações de vídeo, áudio, documentos assinados ou qualquer coisa que permita comprovar que a palavra de um réu encarcerado, submetido a todo tipo de pressões, não seja apenas a vontade de ver sua pena diminuída falando a palavra mágica: LULA.

O aumento da popularidade de Lula, a cada dia, com o sucesso de sua caravana no Nordeste e o crescimento de sua candidatura nas pesquisas, parece ter despertado a ira dos golpistas, mal amados e manipulados. Eles não irão se sossegar. A Imprensa podre repetirá a frase LULA em suas principais notícias. Factóides e delações sem provas serão produzidos em série e mais uma vez a imparcialidade será esquecida.

Estranhamente, se esquece todo o resto. Desde a absurda tentativa de vender e privatizar a Amazônia e nossas principais empresas, os sucessivos pacotes de maldade contra os direitos da população até a evidência de que a nossa Lava-jato sempre foi uma verdadeira FARSA À JATO.

EM TEMPO: A cada dia que passa, me convenço mais que o Lula é uma causa a ser defendida, muito mais do que sua figura humana. Tenho muito respeito e admiração por sua história e seu legado. Reconheço também seus erros e acho um grande engano achar que podem destruir o símbolo que ele representa. Se querem condenar Lula por pedir contribuições para o partido, que apenas para o PT são chamadas de propina, que façam o mesmo com todos os outros políticos. Se querem condenar o Lula por enriquecimento ilícito, que encontrem contas em seu nome, documentos, escrituras e dados concretos e não meras ilações de que tal dinheiro, tal imóvel, tal reforma, seria para o uso do Lula. Se não tem escritura, posse, propriedade e prova do uso pessoal e efetivo da suposta propina, que se busque algo além da oportuna delação de um réu em busca de liberdade e redução de pena. Sugiro buscar áudios e vídeos, tal como conseguiram do Aécio. 


D. Paulo Jackson, Bispo de Garanhuns-PE. 

Receita à Direita

"A Massa Já Entendeu Que Uns Crescem, Outros Não".
Por meio de seus versos, que são declamados com muito talento, Pam Araujo dá seu recado, trazendo uma 'Receita à direita', como ela mesma intitula.




"Mas pelo menos ele não é corrupto", não é, coxinhada mau caráter?

- Bolsonaro disse que prefere um filho morto do que homossexual.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

- Bolsonaro disse que negros não servem mais nem para procriar e que seus filhos não se relacionariam com mulheres negras porque foram muito bem educados.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

-Bolsonaro quer acabar com as comunidades quilombolas, pois segundo ele, nada produzem e geram prejuízo ao Estado.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

- Bolsonaro disse que mulheres devem receber menos e que só teve uma filha porque "fraquejou" na hora H.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

- Bolsonaro disse para uma deputada que não a estuprava porque ela não merecia.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

- Bolsonaro disse que iria bater se visse gays se beijando na rua e admitiu ter orgulho de ser preconceituoso.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

- Bolsonaro disse que a ditadura devia ter matado mais.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

- Bolsonaro defende o Coronel Ustra, torturador reconhecido na Ditadura Militar, inclusive por torturar impiedosamente mulheres e crianças.

"Mas pelo menos ele não é corrupto"

Sério, qual é a noção de corrupção que os eleitores do Bolsonaro possuem? Pra mim, ele é o sinônimo de ser humano corrompido.

Por Vanessa Passos.